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É possível manter a saúde mental nas redes sociais?

Pesquisa revela que ao menos 38% dos entrevistados sentem medo de serem julgados pelo conteúdo postado na internet

Imagem de Erik Lucatero por Pixabay

O uso das redes sociais digitais pode ter influenciado na saúde mental dos brasileiros nos últimos anos, segundo a pesquisa Saúde Mental dos Brasileiros 2022. O estudo faz parte da campanha “Bem Me Quer, Bem Me Quero: Cuidar da Saúde Mental é um Exercício Diário”.

O 10 de outubro, é o Dia Internacional da Saúde Mental, é relevante compreender como a sociedade tupiniquim está reagindo às possibilidades trazidas pelas novas tecnologias.

Afinal, a data foi instituída em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental e busca chamar atenção pública para o assunto, que ainda é um tabu na sociedade. A meta é diminuir o estigma social que impede a busca por tratamentos e dificulta a convivência em sociedade, agravando distúrbios psicológicos, o que pode levar quem passa por problema de saúde mental até ao suicídio.

O tema da campanha deste ano é “Faça a saúde mental e o bem-estar de todos uma prioridade global”.
O levantamento nacional do Datafolha coletou respostas de 2098 indivíduos, de 130 municípios de todas as regiões, entre 02 e 13 de agosto deste ano. Os entrevistados possuem 16 anos ou mais e pertencem a todas as classes econômicas.

Entre os resultados obtidos, tem-se que 38% dos brasileiros revelaram sentir medo de ser julgados pelo conteúdo que posta nas redes sociais. Os mais jovens, de 16 a 24 anos, foram os que mais se sentiram impactados, com o percentual de 43%.

Além disso, 26% confessaram se sentirem cobrados a manter uma atividade constante nas redes sociais. Em contrapartida, aproximadamente 79% brasileiros concordam que essas mesmas redes podem contribuir para aumentar os problemas de saúde mental.

O fato de as redes sociais fazerem parecer que todo mundo é bonito, feliz e bem-sucedido fazem com que ao menos 65% dos usuários se sintam insatisfeitos com suas vidas.

Concomitante a isso, 84% consideram que os haters, pessoas que julgam e propagam o ódio nas redes sociais, podem influenciar no crescimento do nível de suicídio na sociedade.

“Cada vez mais nos deparamos com as redes sociais, usadas de forma exagerada, como uma fonte de ansiedade e ainda geradora de uma alta carga de pressão para demonstrar felicidade e positividade justamente em momentos de adversidade”, afirma o médico psiquiatra Fernando Fernandes.

Saúde mental é assunto sério

As consequências para a saúde mental por conta da pandemia de Covid-19 já são visíveis. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), houve um aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo.

De acordo com a mesma instituição, o Brasil lidera o ranking de casos de depressão na América Latina, totalizando mais de 11,5 milhões de casos, e é o país mais ansioso do mundo, com cerca de 19 milhões de pessoas com transtorno de ansiedade.

Outros dados coletados pelo estudo do Datafolha corroboram a atual preocupação com a saúde mental dos brasileiros, tanto que 65% dos entrevistados se sentem pressionados a encarar as coisas sempre de forma muito positiva nas redes sociais, mesmo quando estão com problemas. As mulheres (71%) e as pessoas entre 16 e 24 anos (65%) são as que mais relatam essa pressão.

Para 65% dos entrevistados, o fato de todo mundo parecer feliz, bonito e bem-sucedido nas redes sociais faz com que as pessoas se sintam insatisfeitas com suas vidas. As mulheres são as que mais relatam esse sentimento (69% contra 61% dos homens).

O instituto também registrou um alto índice de pessoas que relatam que sofreram esgotamento e desequilíbrio mental ou que convivem com alguém que passou por essa situação: 57% das mulheres afirmam ter passado por algum tipo de esgotamento mental por mais de um dia. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 63% dizem que vivenciaram situações de estresse e cansaço por mais de um dia.

Por fim, 34% dos brasileiros declararam ter passado por problemas psicológicos durante a pandemia de Covid-19. Em 2021, outra pesquisa do Datafolha havia registrado um percentual de 44% em relação a mesma questão.

Esses impactos também foram levantados no ano passado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com a Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), mostrando que 56% dos adultos disseram que algum adolescente do domicílio apresentou um ou outros sintomas relacionados à saúde mental durante a pandemia.

Mudanças repentinas de humor e irritabilidade, alteração no sono e diminuição do interesse em atividades são apenas alguns exemplos dos fenômenos notados.

“O mais recente retrato da saúde mental do brasileiro revela percepção de esgotamento e sofrimento emocional. É preciso olhar para os motivos, mas também propor medidas para mudar esse cenário”, avalia Fernando Fernandes.

O que fazer para ter uma boa saúde mental?

Praticar hábitos saudáveis e adotar um estilo de vida de qualidade ajudam a manter corpo e mente em dia. Pensando nisso, o Ministério da Saúde e os Médicos Sem Fronteiras elaboraram algumas dicas para ajudar a sociedade a superar esse período turbulento, mas passageiro, que é o abalo da saúde mental:

  • Jamais se isole;
  • Consulte o médico regularmente;
  • Faça o tratamento terapêutico adequado;
  • Mantenha o físico e o intelectual ativos;
  • Pratique atividades físicas;
  • Tenha alimentação saudável;
  • Respire, faça uma pausa, cuide-se;
  • Procure técnicas de relaxamento muscular;
  • Tome cuidado com o excesso de informação;
  • Reforce os laços familiares e de amizades.

 

Fonte: Consumidor Moderno

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